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terça-feira, 14 de julho de 2020

Beco do fuxico

                                       Beco do fuxico... Matando a saudade

 E tudo começou assim...

Assistindo a um programa esportivo gravado ao ar livre, de uma TV local, em uma praça da minha cidade, pude observar que nas entrevistas ali realizadas com alguns moradores das redondezas, uma me chamou  mais atenção quando se referiu a uma rua das cercanias como “beco do fuxico“

 Na verdade não é um "beco". É uma rua que divide o Largo do Papagaio e a Avenida Beira Mar. 

Além do pouco caso (risos discretos) quando respondeu que não sabia o porquê do tal “ apelido “, deixou a entender que tratava-se de uma recente moradora do local  ou bem próximo e não das antigas.

O tempo passou...A fama continua a mesma.

Pois bem... Senta que lá vem história.  Kkk

Nasci em uma das casas localizada nesta rua que  tem por nome Padre Gomes de Souza. Naturalmente que ao longo dos anos, mais ou menos uns sessenta, as mudanças para quem viveu por lá são vistas a olho nu.

É grandioso saber que a nossa mente retém imagens de um modo bem particular. Basta precisar delas e elas se apresentam nitidamente jovens, levando-nos a um mergulho profundo, vivenciando etapas diferenciadas de acordo com o amadurecimento de cada idade.

  A casa onde eu nasci, de baixa estrutura, imponente na sua simplicidade ainda  está de pé.   Nem por isso deixa de ser grande no meio das outras, com suas  altas estruturas, com suas fachadas mais modernas, com suas novas cores, imperiosas...  Continua guardando segredos de todos que por ali passaram e continuam passando...

 Geralmente saio a caminhar pelas ruas do meu bairro, amo de paixão esse lugar, e digo que de repente... Encontro-me parada na esquina da rua onde nasci e que fui abraçada e abrigada  até os dezoito anos, quando de lá saí e vim parar aqui onde também abracei como meu novo lugar. 

 Olhando as fotos, me vejo envolvida nas brincadeiras  de  criança,  no despertar da adolescência, dos amigos que cresceram juntos e todos agora separados.

Não sei de nenhum deles, mas continuam na lembrança e no coração. 

Recordo-me dos  moradores do tempo que lá vivi. Jogar conversa fora, observar as crianças brincando, jogar dominó, baralho, eram atividades das pessoas mais idosas, principalmente depois da sua jornada de trabalho. 

Hora de tomar uma “fresca “. Sabe como é... Calor... Ufá......

 Talvez por ter liberdade de sentar-se á porta, sem perigo de ser morto ou mesmo assaltado, tenha contribuído para dar origem ao tal apelido “ beco do fuxico “. E haja conversa até altas horas...

Prestar a atenção o ir e vir dos vizinhos, hum... Estava inserido no contexto. (brincadeirinha) kkkkk

Só garanto que não foi contagioso, muito pelo contrário. Olhos apurados... Línguas afiadas..... Onde não tem? 

Parte de mim ainda está por lá. Parte está aqui bem próximo. Não estou muito longe.  para ir a pé.

Sinto-me privilegiada por tudo isso fazer da minha história, esse lugar cheio de paixão e beleza, onde a  igreja do Bonfim, a ponte do crusk, (hoje não existe mais),o porto do Bomfim, enfeitaram e enfeitam cada pedaço desse chão, independente ser taxado de fuxiqueiro ou não. 

Será que continua o mesmo? Ah! Que importa?

Continuo apaixonada pelo lugar onde nasci. Hum... Quantas saudades.

   Eliene de castro  

29 de janeiro de 2014

 
14 de julho de 2020       
                                                                      


 


1 comentário:

  1. Minha querida amiga aqui estou para dizer que teu voto no Ostra da Poesia foi validado e claro para saborear tuas história. Como eu queria te conhecido este canto fuxiqueiro e lá estado em tua doce e alegre companhia. Beijos no coração.

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