Beco do fuxico... Matando a saudade
Assistindo a um programa esportivo
gravado ao ar livre, de uma TV local, em uma praça da minha cidade, pude
observar que nas entrevistas ali realizadas com alguns moradores das
redondezas, uma me chamou mais atenção quando se referiu a uma rua
das cercanias como “beco do fuxico“
Além do pouco caso (risos discretos) quando
respondeu que não sabia o porquê do tal “ apelido “, deixou a entender que
tratava-se de uma recente moradora do local ou bem próximo e não das
antigas.
O tempo passou...A fama continua a mesma.
Pois bem... Senta que lá vem
história. Kkk
Nasci em uma das casas localizada nesta rua que tem por nome Padre Gomes de Souza. Naturalmente que ao longo dos anos, mais ou menos uns sessenta, as mudanças para quem viveu por lá são vistas a olho nu.
É grandioso saber que a nossa mente retém imagens de um modo bem particular. Basta precisar delas e elas se apresentam nitidamente jovens, levando-nos a um mergulho profundo, vivenciando etapas diferenciadas de acordo com o amadurecimento de cada idade.
A casa onde eu nasci, de baixa estrutura, imponente na sua simplicidade ainda está de pé. Nem por isso deixa de ser grande no meio das outras, com suas altas estruturas, com suas fachadas mais modernas, com suas novas cores, imperiosas... Continua guardando segredos de todos que por ali passaram e continuam passando...
Não sei de nenhum deles, mas continuam na lembrança e no coração.
Recordo-me dos moradores do tempo que lá vivi. Jogar conversa fora, observar as crianças brincando, jogar dominó, baralho, eram atividades das pessoas mais idosas, principalmente depois da sua jornada de trabalho.
Hora de tomar uma “fresca “. Sabe como é... Calor... Ufá......
Prestar a atenção o ir e vir dos
vizinhos, hum... Estava inserido no contexto. (brincadeirinha) kkkkk
Só garanto que não foi contagioso, muito pelo contrário. Olhos apurados... Línguas afiadas..... Onde não tem?
Parte de mim ainda está por lá. Parte está aqui bem próximo. Não estou muito longe. Dá para ir a pé.
Sinto-me privilegiada por tudo isso fazer da minha história, esse lugar cheio de paixão e beleza, onde a igreja do Bonfim, a ponte do crusk, (hoje não existe mais),o porto do Bomfim, enfeitaram e enfeitam cada pedaço desse chão, independente ser taxado de fuxiqueiro ou não.
Será que continua o mesmo? Ah! Que importa?
Continuo apaixonada pelo lugar onde nasci. Hum... Quantas saudades.
29 de janeiro de 2014
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