Estava de volta para casa e faz parte desse percurso o local
onde nasci. Não é muito distante de onde agora me encontro. Dá para ir á pé...
Caminhando devagarzinho... devagarinho...olhando a paisagem ao redor, pois se
trata de um lugar muito bonito próximo á beira mar.
Sempre passo pelas proximidades nas minhas caminhadas diárias,
com a emoção e as lembranças me fazendo companhia.
Nunca me perguntei se tinha vontade ou coragem
de voltar lá.
E olha que já passou algum tempo. Quando saí de lá estava
com 18 anos.
Parei e disfarçadamente olhei para não chamar muito atenção
dos que ali estavam crianças jogando bola, alguns adultos nas portas de casa, mas
alguma coisa me “puxou” para adentrar a ruazinha modesta, agora tão diferente
de tudo que posso lembrar.
Confesso que me emocionei muito à medida que fui andando e
olhando atentamente as fachadas das casas, como se no momento tivesse uma segunda
visão de tudo, de como eram, para me transportar ao tempo que ali vivi.
Acreditando que isso mesmo aconteceu por alguns instantes,
de repente me vi em meio as brincadeira de infância, sentindo a presença de
todos aqueles que fizeram parte do meu começo de vida, como as minhas primeiras
companheiras de jornada das famílias, Nunes, Mendonça, Leal, pelas quais sinto
grande apreço por tudo que curtimos juntas, nas brincadeiras de roda... Anel...
baleô...esconde-esconde...e a convivência na mesma sala de aula, no mesmo
colégio.
Não pude deixar de encarar a casa de número 17.
Ali eu nasci.
A casa estava com porta e janelas fechadas e em um minuto eu
me perguntei se teria coragem de chegar mais perto se estivesse com porta ou
janelas abertas, ou alguém se fazendo
presente no momento.
Lembrei-me da alegria e o companheirismo dos camaradas do
meu velho pai, por nomes, Rafael, Jobar, Marialvo, Rubens, eles que
abrilhantavam e promoviam as festas juninas que eu tanto gostava e vivia
intensamente. Já tive oportunidade de
falar em outras postagens.
Sinto saudades de tudo... Mesmo também tendo que me lembrar das lutas diárias e os conflitos em família.
Pensar em tudo que me aconteceu e manter em minha mente e coração
é transforma uma simples lembrança em um momento grandioso de devolver a vida a
tudo que eu vivi.
Estou alimentando a coragem de voltar por lá. Espero contar em breve espaço de tempo essa
nova experiência.
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